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Casamento e prazer podem andar juntos?

Há algum tempo atrás, aproximadamente 9 anos, eu me deparei com uma situação bastante corriqueira para uma boa parte da população nos dias de hoje: a minha terceira separação.

E junto com ela vieram os medos, as tristezas, as culpas e a imensa sensação de fracasso.

Por muito tempo eu me questionei se casamento combinava com prazer, ou se teria que ser algo árduo, difícil e, principalmente, reservado para as mulheres menos independentes.

Eu estava me categorizando como inapta para casar. Inconscientemente, e até conscientemente, gerando uma série de crenças inibidoras que bloqueavam as possibilidades reais de eu viver um romance, relacionamento, namoro, ou casamento, como queira chamar, de maneira intensa, com amor, prazer e felicidade.

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A vida, sempre tão surpreendente, me ofereceu a possibilidade de estudar sobre o tema, de me aprofundar nestas questões do coração – ou será que são da cabeça? – e aprender quais seriam as melhores estratégias emocionais e comportamentais para que eu pudesse, finalmente, me graduar para o seleto grupo das mulheres bem sucedidas não apenas profissionalmente, mas também e, principalmente, no mundo dos relacionamentos afetivos.

Acho que se eu estivesse escrevendo este artigo há mais tempo, certamente, eu estaria me referindo às conquistas profissionais femininas, que nos dias de hoje, se comprovam e se evidenciam cada vez mais e melhores. Embora eu não ignore o fato de termos muito a fazer no âmbito profissional para termos o nosso espaço devidamente reconhecido com boas doses de igualdade ao universo masculino, a minha experiência profissional tem me mostrado que os maiores desafios estão se concentrando nas relações afetivas.

capas_casamento_300dpiE é incrível o quanto os relacionamentos afetivos, ou a falta deles,  afetam nosso desempenho profissional e vice-versa. Pesquisas nos mostram que pessoas com relacionamentos mais harmoniosos tendem a sofrer menos pressão emocional e com isso conseguem se dedicar com mais intensidade e predisposição em seu ambiente de trabalho. Fazendo-nos observar que é impossível dissociar trabalho das relações afetivas.

Arrisco-me a sugerir que quanto maior o grau de felicidade em nossos relacionamentos mais chances de ascensão profissional. Isso também se explica através da neurociência, uma vez que temos apenas um cérebro para processar todas as informações e caso elas sejam demasiadamente negativas a tendência é gerar ruídos mentais que nos levem ao pior tipo de distrações, que são as internas. Todo esse processo faz com que a energia vital diminua e nosso foco se fragilize reduzindo nossas potencialidades.

Ao longo dos anos eu observei uma série de comportamentos que favorecem os relacionamentos prazerosos e duradouros, que são:

  • Alto poder de consciência sobre sua responsabilidade na manutenção produtiva no cotidiano do casamento. Essas pessoas não tendem a apontar para o outro como sendo o causador dos possíveis conflitos, muito pelo contrário, são pessoas que estão em busca de se desenvolver pessoalmente para que isso venha a contribuir com a harmonia na relação.
  • Bom humor como ferramenta para aliviar a pressão do dia a dia. Neste quesito tudo vale a pena, qualquer coisa que produza um pouco de leveza e descontração para enfrentar todas atividades diárias e rotina dentro e fora de casa.
  • Autoestima, amor próprio e autoconfiança. Essa é tríade estrutural emocional básica para se evitar os desatinos típicos de quem vive com insegurança e temendo que o pior aconteça no relacionamento. Controla uma das sensações mais tóxicas de uma relação que é o CIÚMES.
  • Generosidade com o outro, principalmente para reconhecer pequenos gestos e atitudes. Um comportamento que eu considero extremamente destrutivo para a relação é o que eu chamo de “SENSO DE OBRIGAÇÃO”. Muitos casais acreditam, que o casamento é conjunto de direitos e deveres. Eu prefiro enxergar a minha relação como um conjunto de combinações e negociações porque assim fica mais fácil elogiar e reconhecer qualquer esforço do parceiro (a).
  • Comunicação clara e objetiva. As pessoas que conseguem se expressar melhor, seja na raiva, na tristeza ou na alegria, conseguem nivelar as expectativas do casal. E eu não estou me referindo às DR’s – discussão de relação – mais sim, em conversas produtivas com foco nas soluções e não nas críticas e acusações, que normalmente envolvem as DR’s.
  • Projetos pessoais ativos. São pessoas que mantém-se conectadas com seus propósitos pessoais, sejam eles ligados à profissão ou não. Estar sempre desenvolvendo seus próprios sonhos e objetivos tornam essas pessoas emocionalmente menos dependente. Eu acredito que a dependência emocional é como um câncer para a relação e pode gerar muitas insatisfações.
  • Priorizam o casamento. Significa, que seus projetos pessoais estão alinhados ao projeto comum de vida do casal. Tão importante quanto ter seu projeto pessoal é avaliar se ele é compatível com as necessidades do seu relacionamento.

Acredito que seja hora de rever conceitos, observar melhor nosso comportamento, entender melhor a dinâmica das relações, amar mais, criticar menos e nos conscientizar que, se quisermos relações com amor, prazer e felicidade precisamos fazer a nossa parte de um novo jeito, abandonando velhos hábitos, traumas e decepções para nos permitir criar uma nova realidade muito mais amorosa e feliz!

Kelly Freire
Palestrante especialista em Inteligência Emocional
Escritora
Neurocoach

 


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